segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Rubrica "CAMPEÕES" - Nº 2

Nome: JOÃO CARLOS DAMIL MONTEIRO
Idade: 36 ANOS
Palmarés: 
Como Jogador
Pelo GCREBO / GCO:
·         Campeão regional de Infantis, de Iniciados e Juvenis;
·         Campeão Nacional DE Juvenis Masculinos (1ª Divisão);
·         Campeão Nacional de Seniores Masculinos (3ª Divisão).
Pelo Sporting Clube de Portugal: 
·                      Vencedor de uma Taça de Portugal em Seniores Masculinos;
·                      Vencedor da Supertaça.
      Como Técnico:
 
      Vencedor da Taça Challenge (2009/2010) pelo Sporting Clube de Portugal (como Treinador adjunto).

Começaste desde muito pequenino (6 anos) a jogar Andebol no então GCREBO, o que te trouxe até nós?

Comecei por praticar Ginástica (Trampolins) desde os 6 anos, tendo só a partir dos 8 anos começado a jogar Andebol por influência de um colega de escola. Ainda fiz um ano a praticar as duas actividades mas depois optei pelo Andebol.

Fazes parte da geração que trouxe para o GCO o seu 1º Título Nacional no escalão de Juvenis Masculinos, ao derrotar em Guimarães o Francsico de Holanda (hoje Xico Andebol) , num jogo emocionante. Descreve-me os momentos antes e após esta vitória histórica?Qual foi o segredo?

Tive a sorte de pertencer a uma geração que, na altura, adorava jogar Andebol. Desde muito cedo (no escalão de Infantis), esse grupo começou por vencer os campeonatos regionais que disputava, daí que se percebia que talvez fosse possível alcançar esse título. Ao vencermos o Campeonato Regional de Juvenis nesse ano e ao sermos apurados para a fase final, pensámos sempre que seria possível embora extremamente difícil, pois iríamos encontrar equipas também elas fortes. Por exemplo, o Évora Andebol Clube (dos meus amigos Ricardo Andorinho e Rui Nunes (GR), que mais tarde foram meus colegas no SCP), o Futebol Clube do Porto (fisicamente muito fortes) e a equipa da casa (Francisco de Holanda), com quem jogámos na final. O jogo da meia-final foi para mim o mais importante, num jogo disputadíssimo contra o Évora Andebol Clube, no qual fizemos um jogo brilhante. Quanto ao resto já se sabe, uma alegria imensa de toda a comitiva, pois tínhamos a noção do feito alcançado por um clube como o GCO. 
Quanto ao segredo, ele não existe. Existiu sempre muito trabalho e dedicação de todas as pessoas no clube, desde a Direcção, aos técnicos (Joaquim Parente e Carlos Alberto), aos Dirigentes (José Cunha), ao Fisioterapeuta (João Clemente) e, principalmente, ao grupo de trabalho excelente, onde vigorava uma forte união entre todos, não só dentro de campo, mas principalmente fora dele (no dia-a-dia). Claro está que outras pessoas estão também envolvidas neste percurso, não me podendo esquecer de nomes como Carlos Maria, José Turquel, Pedro Ferreira, José Luís, Costa, o nosso querido Fernando Oliveira, entre muitos outros. A todos eles o meu MUITO OBRIGADO!

Quais as principais dificuldades que sentiste quando saíste do GCO para o Sporting CP? Fala-me um pouco dessa experiência.

As maiores dificuldades foram o “abandonar” o meu grupo de amigos e passar a lidar com grandes nomes do Andebol, como os de Carlos Ferreira, Ricardo Andorinho, Luís Gomes, Armando Pires, Paulo Faria, João Duarte, Miguel Ângelo, Viktor Tchickoulaev e muitos outros. Fui muito bem recebido por todos, tendo sempre o apoio dos técnicos (Luis Hernâni e Carlos Silva nos Seniores e do malogrado, Manuel Brito nos Juniores) e de todos os colegas de equipa. As diferenças entre a realidade dos clubes era e é imensa, mas como Sportinguista ferrenho desde que nasci, foi para mim o concretizar de um sonho.  

Que diferenças encontras entre o Andebol desse tempo e o de hoje?

O Andebol hoje é claramente mais rápido e essencialmente mais físico. Não havia na altura tanta incidência na preparação das equipas nesta vertente do treino. Para além disso, no Andebol dessa altura poucos eram os atletas 100% profissionais. Considero que o nível do nosso Andebol era superior nessa altura, como comprovam a presença do ABC na final da Liga dos Campeões ou os sucessivos apuramentos da selecção para as fases finais de Europeus e Mundiais. Julgo não termos nesta altura jogadores, salvo raras excepções, com o potencial de Carlos Resende, Tchikoulaev, Filipe Cruz, Carlos Ferreira, Ricardo Andorinho, etc.

Na tua opinião essas mudanças que ocorreram foram benéficas para a modalidade? Que mais valias trouxeram?

Tenho dificuldades em responder a esta questão, uma vez que são tempos diferentes. Quanto a mim a organização das competições alterou-se profundamente, sendo os resultados algo discutíveis. Existem na actualidade muitos jogadores com qualidade, sem que se veja evolução no nosso nível competitivo. Julgo que os nossos maiores problemas estão na base (formação), onde considero que o nível baixou.
O que ficou por concretizar na tua carreira de jogador?

Penso que não ficou muita coisa por concretizar, pois sempre tive imenso prazer em jogar esta modalidade, fiz imensos amigos em todos os clubes onde joguei, conquistei alguns títulos, portanto considero que foi bom enquanto durou. Claro está que poderia ter ambicionado algo mais, mas determinadas opções na minha vida, nomeadamente na fase da conclusão do meu curso superior e o início da minha actividade profissional como Professor, levaram-me a não me dedicar por inteiro ao Andebol. Ainda assim consegui jogar ao mais alto nível na 1ª Divisão (SCP e Ginásio do Sul) durante mais de uma década, sentindo-me muito realizado por tudo o que consegui. 

Terminada a carreira como jogador, inicias uma nova etapa como Treinador. O que esperas alcançar no campo técnico?

Parto para esta nova etapa com o mesmo espírito com que encaro a minha vida, vivendo um dia de cada vez e deixando as coisas acontecerem naturalmente. Enquanto técnico, espero apenas contribuir com o meu trabalho para a evolução dos atletas que me passem pelas mãos. Quanto ao futuro, vamos com calma.  

Quais as diferenças entre o João jogador e o João Treinador?

O João jogador era um miúdo atrevido, bem-disposto, sempre muito brincalhão, que desde muito cedo teve uma paixão muito grande pelo Andebol. Agora como treinador sou muito exigente, apreciando o rigor e a concentração durante os períodos de trabalho. 

Sendo Professor e Treinador que mensagem deixas aos atletas do Ginásio Clube de Odivelas?

A mensagem que deixo é a seguinte: “Divirtam-se a praticar este desporto fantástico, dediquem-se ao Andebol, mas não esqueçam os vossos estudos. Ambos não são incompatíveis. Requerem sim que sejam organizados e disciplinados para poderem cumprir com todas as vossas obrigações.”   

Sem comentários: